
Como Padrões da Infância Influenciam o Burnout e a Ansiedade nas Mulheres Nos tempos modernos, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é um dos grandes desafios enfrentados por muitas pessoas, especialmente por nós mulheres. Embora frequentemente atribuído à pressão social e à cultura de alta performance no trabalho, a verdadeira raiz desse problema pode ser ainda mais profundo, enraizado nos padrões e crenças que adquirimos ainda na nossa infância.
Desde cedo, muitas de nós mulheres aprendemos que para seremos amadas e validadas, precisamos ser excelentes em tudo o que fazemos. Essa pressão começa na infância, em muitos lares onde ainda prevalece uma cultura machista com comentários do tipo tarefas domésticas são “coisas de mulher”. Meninas, desde muito novas, são ensinadas a assumir responsabilidades domésticas, como limpar a casa e cozinhar, enquanto os meninos da mesma família geralmente não enfrentam a mesma pressão para aprender essas tarefas. Essas expectativas são internalizadas ao longo dos primeiros anos de vida e, quando chegamos à vida adulta, se manifestam como uma necessidade constante de provar nossa competência, não apenas no trabalho, mas também em casa. E não podemos esquecer de citar o patriarcal onde fica claro a divisão tradicional de papéis na família, onde o homem é visto como o chefe da casa e a mulher como a responsável pelo lar. Esse padrão nos leva a assumir múltiplos papéis, tentando ser perfeitas como profissionais, mães, esposas, e amigas, o que inevitavelmente nos coloca em um estado de estresse crônico.
Pesquisas mostram que as mulheres são significativamente mais propensas a 30 desenvolver transtornos de ansiedade do que os homens. Segundo a Anxiety and Depression Association of America (ADAA), a prevalência de transtornos de ansiedade é quase duas vezes maior entre as mulheres. Essa maior suscetibilidade pode ser compreendida não apenas como resultado das pressões externas da sociedade, mas também como reflexo dos padrões de pensamento e comportamento que foram estabelecidos durante a infância.
Como hipnoterapeuta, tenho observado que muitas mulheres operam sob a influência de crenças inconscientes formadas na infância. Essas crenças, como a necessidade de ser perfeita para ser valorizada, muitas vezes estão na raiz do burnout e da ansiedade. A hipnoterapia pode ser uma ferramenta extremamente eficaz para ajudar a identificar esses padrões profundamente enraizados e compreender como eles continuam a impactar a vida adulta. A partir daí, é possível começar a transformar esses padrões, libertando-se das expectativas irreais que foram internalizadas ao longo da vida. Reconhecer que essas pressões muitas vezes vêm de dentro, e não apenas do ambiente externo, é o primeiro passo para recuperar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. A terapia oferece um caminho para essa mudança, permitindo que as mulheres reescrevam as narrativas que carregam e encontrem um espaço onde possam ser bem-sucedidas sem se esgotar.
A sociedade precisa evoluir para apoiar melhor as mulheres na busca por um equilíbrio saudável, sem ser julgadas ou se sentirem culpadas, mas a verdadeira mudança começa dentro de cada uma de nós. Podemos começar a construir uma vida mais equilibrada, onde o sucesso não vem às custas da nossa saúde e bem-estar!
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