
Aos 17 anos, com uma mala pequena e uma coragem silenciosa, Jácia deixou o Brasil rumo à Alemanha. Foram mais de três décadas vivendo entre culturas, idiomas e desafios na Europa, construindo uma vida que se dividia entre papéis de mãe, esposa, profissional e cuidadora. Mas foi somente depois dos 50 anos que ela decidiu escrever uma nova versão da própria história: uma versão em que, finalmente, se colocava como protagonista.
Jácia faz parte de uma geração de mulheres que aprenderam a cuidar de todos antes de cuidar de si mesmas. Cresceu ouvindo que força era sinônimo de suportar. Mas, em meio ao silêncio da casa vazia, após os filhos seguirem seus próprios caminhos, percebeu que ainda havia muito a viver não apenas sobreviver. Foi nesse momento de virada que nasceu a sua busca pelo recomeço.
Na maturidade, encontrou na espiritualidade, na natureza e nas pequenas coisas do cotidiano uma nova forma de se reconhecer. “Passei a cozinhar para mim como se fosse minha melhor amiga. Porque sou”, conta. Esse simples gesto simboliza a essência da sua transformação: descobrir que o autocuidado não é egoísmo, mas o maior ato de amor-próprio.
Ainda na Alemanha, Jácia começou a reunir mulheres em encontros simples, muitas vezes em praças e cafés, onde partilhas espontâneas se transformavam em momentos de cura coletiva. Primeiro foram três, depois sete, até que o círculo cresceu. Assim nasceu o Círculo Mulheres que Contam, espaço de escuta, acolhimento e troca genuína. Ao mudar-se para Portugal, trouxe consigo essa missão e iniciou também aqui rodas que continuam a expandir-se. “Aprendi que mulheres curam mulheres. Juntas, encontramos força, pertencimento e coragem.”
Hoje, Jácia compartilha sua jornada através de livros, encontros e do projeto Jacy’s Harmonize, criado em Portugal. Mais do que um espaço físico, Harmonize é uma filosofia de vida que celebra a maturidade feminina como tempo de florescer. Ali, mulheres se encontram para conversar sobre autoestima, espiritualidade, bem-estar e novos começos, sempre em um ambiente de acolhimento e partilha.
Longe de ver os 50 anos como ponto final, Jácia os enxerga como convite. Convite para sonhar, para se reinventar, para colocar-se no centro da própria vida. “Recomeçar não é sinal de fracasso. É sinal de coragem”, afirma.
Sua história ecoa como um lembrete poderoso: nunca é tarde para florescer. Cada mulher carrega em si a possibilidade de um novo capítulo basta escolher escrevê-lo.
E agora, em Portugal, Jácia convida mulheres a também compartilharem suas histórias. Se você sente que é hora de recomeçar, de se ouvir e ser ouvida, o convite está feito: junte-se ao Círculo Mulheres que Contam e descubra a força transformadora de contar e viver a sua própria história.
Instagram: @jacysharmonize